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Paraense tira onda com manobra aérea e visa o título do Brasileiro de Surf

Com repertório de manobras aéreas, Nayson Costa ocupa o 4º lugar no ranking do surf profissional brasileiro e visa o título de melhor da modalidade em 2021.
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Nascido em frente ao mar, na barraca onde funciona o restaurante da avó, em Salinópolis, o surfista Nayson Costa acredita que a brisa das águas salgadas do oceano Atlântico foi determinante para a paixão pelas ondas “acontecer”. O paraense de 24 anos conquistou, em 2020, uma vitória inédita para o estado: foi campeão de uma etapa do Circuito Brasileiro de Surf Profissional – neste caso, a 2ª fase do campeonato, realizada na Praia da Taíba, em São Gonçalo do Amarante (CE). Com esse feito, ele passou a ocupar o 4º lugar no ranking dentre os atletas brasileiros da modalidade.

Nayson conta que chegava a fugir da escola para surfar, comportamento esse não aprovado pelos pais, claro. Contudo, com as primeiras vitórias em campeonatos regionais, o coração do pai, especialmente, começou a mudar. “Comecei a surfar com 9 anos. Aí, quando eu chegava em casa, apanhava, mas quando ganhei o primeiro campeonato ele viu que eu tinha potencial e acreditou. Agora eu estou aí, ganhando e dando alegria para eles”, diz o surfista, oito vezes campeão paraense e eleito o melhor de competições em vários estados brasileiros, como Ceará, Pernambuco, Maranhão, Bahia, Paraíba.

Nas manobras de repertório, os aéreos são o forte de Nayson, e o full rotation é o que ele chama de carta na manga dos campeonatos. E explica: se estiver perdendo, por ser um movimento que soma grande quantidade de pontos, pode fazer virar o jogo. O que já aconteceu no ano passado. “Na última vez estava em quarto na prova. Faltando 40 segundos para o final, fui para o tudo ou nada. Aí Deus mandou aquela onda perfeita e tirei oito pontos e ganhei o campeonato”, revela, garantindo que essa é a aposta para a disputa do próximo dia 16 de setembro, novamente em Taíba, no Ceará. Para ser campeão brasileiro é preciso vencer as cinco etapas do campeonato.

A relação com os amigos também foi um dos motivos que atraiu Nayson para a água. E foi por meio de uma relação de amizade de infância que ele se aproximou do surf. “Um amigo meu, o Rafael, que me trouxe para o surf, surfamos até hoje juntos. Quando a gente está com a galera é muito bom, é a maior resenha na água”.

Sobre o futuro, Nayson, que treina quatro horas por dia, responde. “Meu sonho? Trazer mais um título histórico para o estado, agora o de campeão brasileiro de surf profissional. A gente segue em busca de patrocínio, inclusive, para realizar esse sonho”, finaliza o atleta, que hoje mora em Recife e enfrenta dificuldades para se manter.

Surf amador

Segundo Noélio Sobrinho, surfista há 37 anos e precursor do surf na pororoca, hoje presidente da Fepasurf e da Associação Brasileira de Surf na Pororoca (ABRASPO), há 800 atletas cadastrados na entidade atualmente. Deste total, 300 são de Salinópolis. Gustavo Roberto, de 14 anos, é um deles. Também se destacando nas manobras aéreas, o adolescente é promessa para o futuro do esporte no Estado e vai representar o Pará na categoria amador em Taíba, no dia 14 de setembro.

Apesar de ainda estar no começo da carreira, Gustavo já traz na na bagagem alguns títulos locais: tri campeão em Salinas, campeão em Algodoal e campeão em Mosqueiro. Para quem “pegou” a sua primeira onda aos três anos, 10 anos depois o sonho é alçar voos ainda maiores do que os do conterrâneo Nayson. Gustavinho, como é conhecido, quer ser campeão olímpico e mundial.

“A primeira onda que eu peguei foi com 3 anos, depois fui me destacando e com 7 anos comecei a competir. Antes eu pegava a onda na espuma, agora já pego lá dentro”, conta. “O primeiro campeonato que ganhei foi em salinas com 8 anos. Eu gosto da maré, das ondas e das manobras no ar. O meu favorito é o aéreo rodando, que bate na onda e chuta a rabeta da prancha para frente. Vale mais ponto para o critério de julgamento dos campeonatos”, conclui o garoto.

 

Fonte: O Liberal
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